Page 14 - Visita estudo Museu do Azulejo
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Ao gosto maneirista pelo «irracional», veio juntar-se, na azulejaria do século XVII, o gosto português pelo
            exotismo encontrado em longínquas paragens, tornadas conhecidas pela expansão marítima.


                                                                             Após  a  Restauração  da  coroa

                                                                             portuguesa,  em  1640,  a  nobreza
                                                                             tornou-se       o       principal

                                                                             encomendante      de     azulejos
                                                                             figurativos  de  temática  profana,

                                                                             destinados  a  decorar  espaços
                                                                             palacianos, quer em Lisboa quer no

                                                                             campo,  refletindo  o  gosto  e  vida
                                                                             quotidiana deste grupo social, que

                                                                             dirigiu,  desde  o  início,  as  viagens
                                                                             marítimas   e    as   conquistas

                                                                             ultramarinas.

            Caça ao Leopardo, proveniente da Qta. Sto. António da Cadriceira, em Torres Vedras (1650-1675)
            Em todos os painéis desta série exibem-se cenas de caça entre animais (muito influenciadas pela estética

            das longínquas terras orientais) motivo central que é envolvido por vigorosos enrolamentos e volutas de

            acanto, pintado a amarelo e a verde cobre, cor que as olarias de Lisboa utilizaram, num esforço acrescido
            de renovar a produção.























                                Painel da Sala da Caça (1670 -1680)


            Entre as representações com diferentes níveis de leitura estavam os frontais de altar de inspiração indiana,

            na aparência puramente decorativa, mas suportada por uma intencionalidade simbólica que explica o seu
            uso num altar de liturgia católica. Efetivamente, pode-se identificar a folha de palmeira como símbolo de

            imortalidade e da vitória de Cristo.
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