Page 17 - Visita estudo Museu do Azulejo
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Saímos para o claustro maior e encontrámos, numa das salas, uma dama que segurava na mão
            um leque. Para que serviam estas figuras em azulejo?


            Utilizadas  de  forma  continuada  entre  os  séculos  XVIII  e  XIX,  as  chamadas  "figuras  de  convite",
            representações à escala natural de personagens, são uma criação original da azulejaria portuguesa.


                                                                 Estas personagens representavam um lacaio, dama,

                                                                 guerreiro  etc.,  trajados  a  rigor  e  posicionados  em
                                                                 locais  de  entrada  de  uma  habitação  nobre  (átrio,

                                                                 patamar de escada etc.) em gesto de boas-vindas,

                                                                 indicando  o  percurso  ou  fazendo  guardaria,
                                                                 enquanto  símbolo  do  protocolo  aristocrático,  do
                                                                 poder e riqueza.



             Figuras de convite (1725-1750)


            Aqui é patente a reutilização de uma técnica islâmica empregue no século XVI, o alicatado. O recorte das
            várias partes cerâmicas que compõem estas peças é uma das características da azulejaria portuguesa do

            período denominado da Grande Produção, associado ao 2.º quartel do século XVIII.
















            Por  sua  vez,  a  Igreja  utilizou  o  azulejo  com  uma  revigorada  e  muito  mais  eficaz  intenção  catequética,
            encomendando séries narrativas com a vida da Virgem, de Cristo ou dos Santos, produzindo-se programas

            iconográficos de grande impacto visual, muitas vezes ampliado por uma estreita combinação com a pintura
            a óleo e a talha dourada, assumindo a expressão de obra de arte total.


            A  igreja  do  convento  da  Madre  de  Deus  é  considerada  um  dos  melhores  exemplos  do  Barroco  em

            Portugal. Mandada construir pela rainha D. Leonor é um templo religioso lindíssimo com talha dourada e
            magníficos azulejos. A disposição que estes dois elementos têm um sobre o outro deu origem à conhecida

            expressão portuguesa “Ouro sobre azul”.
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