Joana Costa bicampeã mundial de cálculo mental - maio 2020
Joana Costa, uma menina de 14 anos, que frequenta o 9.º ano na Escola Básica 2,3 ciclos de Álvaro Velho, no Lavradio, no Barreiro, sagrou-se bicampeã mundial de cálculo mental no Campeonato SuperTMatik, realizando um tempo de resposta de 33,50 segundos a 15 expressões matemáticas, nunca antes conseguido no mundo. Os resultados deste campeonato foram conhecidos no dia 30/05/2020. A Joana obteve o melhor tempo num total de 395 participantes, da sua categoria, mas também obteve o melhor tempo de todas as categorias do concurso, sendo a sua categoria a que conta com um nível de dificuldade mais elevado.
O número total de participantes foi mais reduzido do que o normal, por se tratar de uma edição especial #StayHome do Campeonato de Cálculo Mental e por não ser realizado ao nível de escola. Em circunstâncias normais, ou seja, nas escolas, o evento conta sempre com mais participantes, visto que são selecionados vários alunos de cada ano de escolaridade. Este ano, o campeonato foi realizado em casa (devido à crise pandémica) e contou com menos alunos, visto que, ao contrário da divulgação que habitualmente é feita pelas escolas, participaram os jovens com melhores resultados, que treinam regularmente e que costumam visitar regularmente a aplicação onde decorre o campeonato e também a empresa organizadora do mesmo, a Eudactica. Habitualmente, este é um campeonato que costuma contar com 200 000/ 300 000 crianças e jovens de todas as nacionalidades, em todas as categorias.
O jogo SuperTMatik foi-me apresentado no 5.º ano pelo meu professor de Matemática, Válter Dias. Na altura, comecei por achar um jogo engraçado e jogava apenas por brincadeira. No 6.º ano, com apenas 11 anos, participei no campeonato a nível de escola e consegui apurar-me para a fase final internacional. Na verdade, ainda não sabia muito bem como é que o campeonato funcionava, apenas sabia que, na final, tinha que resolver 15 expressões matemáticas no menor tempo possível. Participei e os resultados só foram conhecidos uns dias depois. Qual não foi o meu espanto ao receber a notícia de que tinha ficado em 5.º lugar, de entre milhares de participantes, com um tempo de resolução de 54 segundos. Foi então que percebi as dimensões internacionais daquele concurso.
No 7.º ano de escolaridade, há dois anos, voltei a apurar-me para a fase internacional. Fiquei bastante feliz, porque sabia que tinha feito um dos tempos que normalmente ficavam nos primeiros lugares. Não criei muitas expectativas em relação ao primeiro lugar porque, apesar de saber que tinha feito um bom tempo, não tinha a certeza de que ia ganhar.
Apesar de não ter sido noticiado, sagrei-me, pela primeira vez, campeã mundial de Cálculo Mental no mesmo concurso, num total de 35000 participantes, com um tempo de resposta a 15 expressões matemáticas de 43,10 segundos. Com esta vitória, senti uma alegria imensa. Foi uma sensação incrível ter sido reconhecida daquela maneira.
Entretanto, participei em campeonatos durante o verão.
No 8.º ano, participei novamente na grande final internacional. Embora tenha ficado entre os 15 primeiros lugares, para quem tinha conquistado o primeiro lugar no ano anterior, era uma grande diferença.
Este ano, 2020, estava novamente com muitas expectativas e com talvez ainda mais pressão individual de voltar a ganhar. Aquando do fecho das escolas e do confinamento, julguei que já não podia participar no campeonato e, como só vai até ao 9.º ano, interiorizei de que já não podia participar. Até que recebi a notícia de que a Eudactica ia desenvolver uma edição especial do campeonato (#StayHome), com várias fases (qualificação, semi-final e final). Treinei imenso, durante várias horas e vários dias e passei todas as fases até à final.
A final decorreu durante três dias. Tinha 7 tentativas para resolver as 15 expressões matemáticas no menor tempo possível. No fim, obtive o melhor tempo de resolução de 33.50 segundos, batendo o recorde mundial deste concurso.
Não estava muito confiante com os resultados mas, ao recebê-los e ao ver que tinha ficado novamente em primeiro lugar, senti-me extremamente feliz, não só por ter ganho, mas também por ter feito o melhor tempo alguma vez conseguido nesta categoria.
Foi muito bom ter sentido o reconhecimento posterior que me foi feito, não só por diversas pessoas que tomaram conhecimento da notícia através do jornal “Rostos”.
Não queria deixar de fazer um agradecimento a todos os professores que me acompanharam durante o meu percurso pela Escola Álvaro Velho e que me ajudaram a crescer como aluna e como pessoa, mas, em especial, ao professor Válter Dias e à professora Fátima Lopes, que foram quem me acompanhou desde o início e quem sempre me incentivou a participar nestes concursos e nunca me deixou desistir.
Por último, queria deixar uma mensagem:
"Quando queremos alcançar um objetivo, devemos lutar com todas as forças e, neste caso, treinar muito. Mesmo quando as coisas não nos correm bem, nunca devemos baixar os braços e nunca devemos desistir ou deixarmo-nos levar pelo arrependimento ou por algo que podíamos ter feito e não fizemos. O passado já não volta. Devemos seguir em frente, vivendo o presente e arranjando soluções para o futuro. Se lutarmos pelos nossos objetivos, mais cedo ou mais tarde, as recompensas irão aparecer e trazer-nos muitas alegrias.” - Joana Costa (junho 2020)