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Património Natural
O nosso agrupamento integra-se no estuário do Tejo, próximo de uma reserva natural (ver mapa) das dez mais importantes zonas húmidas da Europa Ocidental (ver mapa).
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O estuário do Tejo é o maior da Europa Ocidental: com uma área de cerca de 320 Km². Perfaz uma extensão de cerca de 80 km desde o seu limite a montante, perto de Muge até, a jusante, ao limite da pluma salobra que se desenha nas águas da zona costeira adjacente, isto é aproximadamente até à barra (seção entre a Torre de São Julião e o Bugio). Abrangendo uma extensa superfície constituída por águas estuarinas, zonas de lamas e sapais, mouchões, salinas, pastagens e terrenos agrícolas.
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O Lavradio tem uma existência que se perde no tempo. Com efeito, o documento mais antigo que se conhece com referência escrita à localidade data de 30 de Janeiro de 1298. Trata-se de um Escambo (contrato de permuta) de vinhas em Alhos Vedros e Lavradio, entre Pero Infante e João Domingues, documento existe no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Pelo teor do mesmo, tudo indica que o Lavradio e Alhos Vedros eram, em 1298, lugares povoados (provavelmente os mais antigos da margem sul do estuário do Tejo), pois o cultivo de vinhas exige cuidados muito frequentes e é geralmente um indicador de povoamento próximo.
Elevação a Vila
O Lavradio, como toda a região em redor esteve sob jurisdição da Ordem de Santiago da Espada desde o início da Reconquista Cristã. Oriunda de Espanha (Cáceres, 1170), esta ordem vem para Portugal em 1172, acabando por se instalar definitivamente no Convento Mestral no castelo de Palmela, em 1442, mantendo a sua forte influência junto da coroa até 1834, data que marca a extinção das ordens religiosas pelo Decreto de 28 de Maio. Contudo, trinta anos mais tarde a Ordem de Santiago adquire a dignidade de ordem honorífica, de mérito científico, literário e artístico mantendo-se actualmente como uma instituição de grande prestígio nacional, expresso também em muitos dos brasões pelo único símbolo que ainda hoje mantém - a cruz em forma de espada, como acontece no brasão da Vila.
Cavaleiro e Cruz da Ordem de Santiago |
Como consequência da frequência assídua da corte (que a elegiam como um dos melhores locais de veraneio o Lavradio foi adquirindo um estatuto relevante, acabando por ser elevado a Vila e sede de concelho em 22 de Maio de 1670. Nessa altura, pertenciam-lhe as Verderenas (Grande e Pequena). Sabe-se que passaram por cá D. João II (em 1490 terá estado na Quinta de Barra-a-Barra), D. Leonor, D. Manuel I e D. João III.
D. Manuel terá mesmo oferecido dinheiro (dez mil reais) para a construção da extinta Igreja de Stª Margarida, como se pode ler na Visitação de 1523: «E o campanairo fizerão os ditos moradores cõ ajuda del Rey dom/ manuel que deu Xc reaes pera ajuda dele». Dos palácios e solares onde reis e rainhas fizeram pousada, nada restou, nem sequer a memória. Os documentos também não o revelam. Persistem apenas alguns elementos do primitivo núcleo urbano e dois edifícios muito antigos - a Quinta dos Lóios e a Quinta da Várzea.
Em 1855 o concelho foi extinto pelas reformas administrativas de Passos Manuel, voltando a ser integrado no concelho de Alhos Vedros, mantendo-se aí até à sua extinção, em 1855, data em que passou a integrar o concelho do Barreiro. A 25 de Setembro de 1985, volta a ser elevada a Vila.
Lavradienses com notoriedade
Nessa época alguns cidadãos atingiram particular notoriedade. É o caso de Fernão Lourenço da Mina, de quem se diz “E todo o corpo da Igreja (Ermida de Santa Margarida) e capela argamassada e os altares com guarda-pós e tudo isto e o mais que adiante faz menção, mandou fazer Fernão Lourenço, fidalgo da casa del Rey nosso Senhor, Vedor da sua fazenda e Casa da Mina e do seu Conselho e cada dia em ela muito mais acrescenta à sua própria custa.» Ocupou vários cargos de importância no reinado de D. Afonso V, D. João II e D Manuel I.
Outro distinto fidalgo foi Brás Afonso de Albuquerque, assíduo residente na sua Quinta do Meloal. Filho natural de Afonso de Albuquerque, escreveu os Comentários de Afonso de Albuquerque – relato dos feitos dos portugueses (especialmente do pai).
Também a família Galvão – Rui e Duarte, respectivamente pai e filho. Este último foi um iminente cronista e diplomata. Serviu os reis D. Afonso V, seu filho D. João II e o seu sucessor D. Manuel I, para quem escreveu a Chronica do muito Alto e muito Esclarecido Principe D. Afonso Henriques, Primeiro rei de Portugal.
Uma das figuras mais importantes da história do Lavradio foi, no entanto, D. Luís de Mendonça Furtado e Albuquerque – 54º. Vice-Rei da Índia – pois terá sido pelo seu empenho que D. Pedro II terá concedido ao Lavradio o estatuto de município em 22 de Maio de 1670. «É tradição que nascêra na quinta da Fonte, e que por este motivo e por ser dedicadamente affeiçoado à sua terra, lhe deu aquele monarca o título de conde do Lavradio.».
Uma curiosidade. O patrono da Escola Básica de 2º e 3º Ciclos é… Álvaro Velho, natural do Barreiro, autor do célebre Roteiro da Primeira Viagem de Vasco da Gama, diário de bordo da viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia. Por outro lado, a primeira Escola Básica de 2º e 3º Ciclos do Barreiro tem como patrono… D. Luís de Mendonça Furtado (e Albuquerque). Porquê? Porque a Escola “Álvaro Velho” começou por ser no Barreiro, vindo depois para o Lavradio, como edifício de raiz, enquanto a “Mendonça Furtado” que seria a escola “do Lavradio” foi para o Barreiro uma vez que já cá estava a “Álvaro Velho”.
Mas nem só de notáveis era constituída a população lavradiense…Tanto quanto se pode constatar nos documentos existentes, a presença de escravos, também no Lavradio, era significativa – «No lugar do lauradio/ [o número de habitantes era de] çemto e çimco?ta e noue/ E de comfisão somemte em que emtrão escrauos/ cimcoemta e seis (…) Fazem em soma as pessoas de comfisão e comunhão do limite e fregesya da dita jgreja duzemtas e vimte oito pesoas e de comFisão somente çemto». Nos sec. XV e XVI a escravatura é encarada como legítima e natural até à extinção oficial da escravatura em Portugal (1836, mas só em 1869 é definitivamente declarada a sua proibição em todos os domínios portugueses).
Economia lavradiense
As referências que se conhecem da economia do Lavradio prendem-se à atividade agrícola, nomeadamente a vinha (desde o sec. XIII, pelo menos, como vimos), os cereais (atestam-no os moinhos que aqui existiram) e o sal (beneficiando da sua óptima localização). É ainda de referir a navegação e travessia intensa no transporte de gente e mercadorias entre as duas margens do Tejo com carregamentos destinados às naus da Índia, e para o abastecimento diário à cidade «...e as [barcas] que andam ao sal e pedraria e alvenaria. E assim os mais batéis que de contínuo andam neste rio, ganhando dinheiro aos fretes para todas as partes que jazem ao longo deste Tejo. (...) Os dois Sarilhos, grande e pequeno, e Alhos Vedros, Lavradio, [têm em serviço] cem barcas e batéis.»
De facto, o Lavradio caracterizava-se até à primeira década do século XX por uma longa frente de praias fluviais entrecortadas por sapais e salgados (daí o natural desenvolvimento de viveiros e marinhas e, consequente produção de sal). Um importante cento salineiro, o Lavradio era rodeando desde a Barra-a-Barra até à Quinta dos Lóios, por inúmeras marinhas. Um dos primeiros registos que se reporta ao Lavradio,sobre a exploração do sal, data de 1324, quando o Mosteiro de Chelas em Lisboa, procedeu à arrematação de vários bens e heranças, entre as quais marinhas de sal – «… no logo que chama o Lavradiho os quaes beens e heranças sam casas e vinhas e lagar e Marinhas e campos e ressios e/ charnecas e matos e terras rotas e nom rotas com todos seus termhos novos e antigos com sas aguas e fontes…». Hoje, restam a memória e algumas fotografias… Há a registar a existência um moinho de maré no sec. XV, propriedade de Rui Galvão e reedificado pelo seu filho, Duarte Galvão (teria 4 rodízios). Em meados do sec. XX existiam 4, cujas ruínas desapareceram com a construção da UFA (hoje AP - Amoníaco de Portugal). Quase todas as marinhas do concelho situavam-se no Lavradio, havendo a registar que a última marinha a manter-se em funcionamento foi a Misericórdia, em 1971. As salinas da Rua 6 de Janeiro foram aterradas em 1973, dando origem à Pctª dos Lusíadas e à Avenida das Nacionalizações.
A agricultura era outra realidade no Lavradio. No seu interior, predominavam as grandes quintas, onde se praticava a cultura intensiva de cereais, produtos hortícolas e vinha. Também os Vinhos do Lavradio são hoje uma recordação. De toda a região, eram reconhecidamente os mais apreciados pela sua qualidade, desde o século XVI. Já Gil Vicente, no início do monólogo do Pranto de Maria Parda, se refere aos vinhos de Barra-a-Barra – «Ó travessa zinguizarra/De mata porcos escura/Como estás de má ventura/Sem ramos de Barra-a-Barra». De entre todos os vinhos aqui produzidos os que atingiram maior notoriedade foram os bastardinhos, dos quais diziam «espécie licorosa, fina e balsâmica, como não se produz melhor noutras partes.». A eles se deve a notoriedade que alguma vez o Lavradio teve, nomeadamente quando viu a excelência da sua qualidade reconhecida também no estrangeiro – Estados Unidos, Brasil e França. Ainda em 1867 a localidade era referenciada como centro vinícola de eleição, também pela qualidade dos seus tintos. Apesar deste reconhecimento, a produção era cada vez menor, obrigando mesmo à aquisição de uvas nas zonas de Palmela e Setúbal. Com a instalação das fábricas da CUF e a urbanização dos antigos terrenos de cultivo, todos os vinhedos foram destruídos. As últimas vinhas desapareceram ainda nos anos 60. Progresso, dizem…
Com a criação do Apeadeiro de Sul e Sueste em 1865, bem como das instalações da CUF, toda a região conheceu um grande crescimento. Em 1911 é criada a Sociedade Portuguesa de Cheditte, Lda, na Barra-a-Barra; pouco depois é a fábrica de cortiça Barreira & Cª, Irmãos… Em 1952 a UFA entra em produção; em 1955 é a Tinco; em 1961 já é necessário ampliar a UFA… Entretanto, chegam ao Lavradio a electricidade (1936), a água canalizada (1937), o saneamento básico (1949) e os transportes (1957). As grandes quintas são urbanizadas… fica(?) a Quinta da Várzea… Enquanto nos anos 40 o Lavradio tinha 270 fogos e 1244 habitantes, nos anos 60 passou a ter 2263 fogos e 6966 habitantes, e nos anos 70, 5286 fogos e 17470 habitantes. Foi a consequência direta do desenvolvimento da CUF e da instalação quer da EDP, quer da Fisipe. As antigas unidades industriais, essas, desapareciam… Atualmente, e segundo os censos de 2001, depois da “sangria” territorial decorrente da criação de novas freguesias no concelho, a população do Lavradio era de 6498 alojamentos e 12751 residentes. Hoje a realidade é outra; basta dizer que só eleitores, são aproximadamente 12 000.
Associativismo, música e festa
Terminamos esta resenha com a referência à principal característica cultural do Lavradio – o Associativismo. Tudo começou com o gosto pela música, pelo divertimento, pelo convívio. Foi em 1867; com a Banda, nasceu também a Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense, a colectividade mais antiga de todo o concelho, ainda hoje um exemplo de vitalidade. Para a banda, foi construído o Coreto (1871), destruído, juntamente com o jardim que o emoldurava, em Março de 1964. Mais uma vez o progresso!... Na SFAL “nasceram” para a música muitos lavradienses; justo é de referir a família Couto – Eduardo, Artur Eduardo, Artur Rafael e Natércia Couto. Mas não foi só a Banda (dissolveu-se em 1939); foram também os grupos de Jazz, o teatro, a biblioteca (1937)… Hoje, mantém a atividade musical (instrumental e coral), tenta recuperar o teatro, promove encontros literários, edita obras literárias (com o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal), desenvolve a prática de algumas modalidades desportivas e assegura actividade recreativas… apesar dos seus quase 138 anos!
Outro grande exemplo de longevidade e dinamismo é o Sporting Clube Lavradiense. Nasceu em 1924, tendo o desporto como sua vocação (e foi brilhante no futebol amador!) mas foi nas suas instalações que nasceu a primeira biblioteca no Lavradio (1932), que foi ensinado o esperanto (1940) e que os filhos dos seus sócios viram assegurada a escolaridade quando o Estado não assumiu as suas responsabilidades! Hoje, é uma colectividade moderna, virada para as novas tecnologias, mas sempre amante do desporto – futebol e atletismo.
Tal como muitos dos actuais residentes, também o Grupo Desportivo Fabril veio para o Lavradio… para ficar! Detentor do maior parque desportivo da região (parece que há muita gente “distraída” quanto à necessidade de o manter apto para que os mais de um milhar de jovens continuem a praticar desporto!...) É também o clube mais eclético do distrito (!) e que maior número de praticantes tem. Um exemplo pela opção assumida – a formação. Está de parabéns!
Estão de parabéns, também, o Grupo Sport Chinquilho União 9 de Abril Lavradiense (1928), Futebol Clube Beira-Mar (1957), Centro Cultural e Recreativo Juventude do Lavradio (1970), Desportivo do Lavradio (1973), Sociedade Recreativa e Cultural Lavradiense (1975), Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos do Lavradio (1976), Sociedade Columbófila Lavradiense (1976), Pluricoop – Delegação do Lavradio (1978), Organização de Caçadores do Lavradio (1997), Rancho Folclórico e Regional do Lavradio (1985), Associação de Defesa do Ambiente do Lavradio (1995), Grupo Coral Alentejano “Unidos do Lavradio” (1991), Grupo Coral e Musical do Lavradio “Gente que Canta” (1991), Associação Portuguesa de Emergência Rádio (1989), Clube Todo o Terreno do Barreiro (2002), … Está de parabéns a Freguesia que o é desde 1855!) que tanta e tão válida gente a trabalhar para toda a Comunidade.
Conhece-se a realização de festas populares, de matriz religiosa, já no sec. XVI, promovidas pelas Confrarias da Igreja em honra do seu orago, mas que acabavam por incorporar elementos de carácter popular, de diversão e lazer. A descrição mais interessante que se conhece é a da festa organizada pela Confraria de Nossa Senhora da Salvação, a qual tinha como obrigação «por o dia da Festa, que a fazem por Nossa senhora d’Assumção (Dia 15 de Agosto)… fazem grande festa de gantares (cantares), a trombetas (outros instrumentos musicais como saca-buxas, charamelas, atabales, tambores, etc. também eram muito populares), folias (grupos de músicos com os seus instrumentos de tanger ) e confrades. Tudo à custa da Confraria e Mordomo».
Tal como as entendemos hoje, existem desde 1936 (8 a 11/Agosto). A data, nem sempre tem sido a mesma, como o atestam as realizadas em 1905, que ocorreram em Setembro! De 1910 a 1965, passaram a realizar-se em finais do mês de Julho, data que ainda hoje vigora, apesar da interrupção havida. Uma característica das festas do Lavradio era a realização das cavalhadas, no último dia dos festejos. Festas que também ocorriam…
… no Carnaval – as Cegadas, que terminaram já nos anos 60;
… na Páscoa – as “Assadas das Ostras”, aproveitando não se comer carne;
… em Setembro – as Festas da Raza;
… no sábado da Aleluia – a Queima do Judas;
… Setembro/Novembro – Fstas em honra de Nª Srª do Bom Sucesso
(artigo elaborado por Adolfo Martins Lopo com base em informação recolhida nos livros “O Barreiro Antigo e Moderno”, “O Barreiro Contemporâneo” - vol. I, II e III e Miscelânea”, de Armando da Silva Pais, CMB, “Lavradio e as suas gentes”, de Ângela Luzia, J. Freg. Lavradio, e “Lavradio – A Igreja de Santa Margarida, 1492-1569”, de Rosalina Carmona, J. Freg. Lavradio)
Mapa do Lavradio
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Vista de Rua
Designação | Ano | Dados | |||
Área Total (Km2) | 2000 | 1.585 | |||
População Presente (Total)* | 2001 | 12 239 | |||
População Residente (Total)* | 2001 | 12 751 | |||
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Dados do Instituto Nacional de Estatística. |
Outros Apontamentos
Reza a lenda, que antigamente, existia um boi chamado Dio e o seu dono sempre que o utilizava para lavrar a terra, gritava constantemente – Lavra Dio – e a partir dai surge o nome Lavradio.
O Lavradio tem vários locais de grande importância para a freguesia nomeadamente:
- Igreja - Na zona mais alta da freguesia
- Mercado do Lavradio - Chamado também por "praça"
- Fábrica da UFA
- Grupo Desportivo Fabril - Ex-CUF/ Ex-Quimigal
- Escola Básica 2,3 Ciclos Álvaro Velho
- 2 Escolas Primárias
- Estação Ferroviária da CP do Lavradio- Linha do Sado(Ex- Linha Sul e Sueste)
Fidalguinhos
A Quinta dos Fidalguinhos é uma nova urbanização do Lavradio, uma "nova vila" do século a crescer na freguesia. Com vários equipamentos:
- Escola Primária e Jardins de Infância
- Escola Superior de Tecnologia do Barreiro;
- Zonas Verdes, circuitos de manutenção, Mata e parque de merendas;
- Polidesportivo;
- Parques infantis;
No futuro a Quinta dos Fidalguinhos aguarda os seguintes equipamentos;
- Posto da Polícia;
- Complexo Desportivo (Piscinas e Court de Ténis);
- Centro Socio-cultural;
- Centro de Dia;
- Igreja;
- Alargamento das zonas verdes;
- Próximo da nova urbanização uma nova estação ferroviária central do Barreiro(com ligação à nova ponte Barreiro-Chelas)
Brasão
Brasão: de prata, um arado de negro realçado do campo: em chefe, uma cruz da Ordem de São Tiago, de vermelho acompanhada de dois cachos de uva de púrpura folhados de verde: em ponta, três faixetas ondadas de azul e prata. Coroa mural de quatro torres de prata, listel branco com a legenda a negro «Freguesia do Lavradio».
Bandeira: esquartelada de branco e púrpura, cordão e borlas de prata e púrpura, haste e lança de ouro.
Selo: circular, com as peças do brasão sem indicação das cores e metais, tudo envolvido por dois círculos concêntricos onde corre a legenda «Junta de Freguesia do Lavradio».
Santa Margarida
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Regra e statutos da ordem de Samtiago
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Páginas com informação sobre os bens da arquitetura religiosa que envolvem o nosso agrupamento.
Igreja Matriz de Santa Cruz
Templo dos sécs. XV a XXI da Ordem de Santiago composto por uma única nave com paredes de alvenaria. Em 1487 é Igreja Paroquial sendo elevada a Igreja Matriz em 1521, após a formação do Município, com D. Manuel I.
Na fachada principal, um Portal Renascentista - sécs. XV/XVI, que apresenta no lintel as insígnias da Ordem de Santiago. Do período Barroco, os azulejos, destacando-se os painéis de azulejos historiados da Capela-Mor. A pintura da abóbada Neoclássica é do pintor francês - Mestre Pierre Bordes, atualmente descaracterizada após obras efectuadas em 2001.
No Largo fronteiro ergue-se a Estátua de homenagem ao Padre Abílio Mendes, seu Pároco entre 1932 e 1953.
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Ver recursos (vídeos) sobre As Ordens Militares e Religiosas em Portugal.
Igreja da Misericórdia
Fronteira à Matriz, foi fundada em 1569 pela Irmandade local da Misericórdia.
Trata-se de um pequeno templo de nave única, cujo interior está revestido de azulejos do séc. XVIII, de que se destacam dois painéis temáticos alusivos à vida de São João Baptista. Na fachada da igreja, de recorte delicado, salienta-se o portal principal ao gosto maneirista, no qual se inscreve o nome de uma das suas protetoras, Isabel Piz de Azambuja.
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Igreja de Nossa Senhora do Rosário
A actual Igreja é do séc. XVIII, construída depois de o terramoto de 1755 ter arruinado a velha Ermida de S. Pedro (antes S. Roque), cuja origem se pensa remontar aos finais do século XVI. Com a extinção da Confraria de S. Roque passou a ermida para a posse da irmandade de S. Pedro, constituída por marítimos e pescadores da Vila do Barreiro, da qual se regista a presença nesta igreja desde 1629.
Durante todo o século XVIII, a romaria a Nossa Senhora do Rosário afirmou-se como um dos principais Círios da Margem Sul, à semelhança dos Círios da Atalaia (Montijo) e da Senhora do Cabo, no Cabo Espichel. Desde 1736 que as festividades se realizavam naquela que já amiúde era designada por Igreja do Rosário.
No seu interior, destaca-se o altar-mor em talha dourada com uma imagem de roca da Senhora do Rosário, e o órgão ofertado por D. Maria I. A sacristia está revestida com um silhar de azulejos do período final do Barroco, de belos efeitos cromáticos, constituindo exemplar único desta arte neste período, no Barreiro. Referência ainda para o Lavatório em pedra lioz, ricamente lavrada, também deste período.
A Igreja possui um notável conjunto de Ex-votos marítimos, testemunhos de uma arte e de uma religiosidade popular muito forte, que caracterizou o Barreiro neste período.
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Igreja de Nossa Senhora da Graça (Palhais)
Igreja dos sécs. XVI a XX. Foi erigida pelos moradores do lugar de Palhais pertencia à Ordem Militar de Santiago. Obra atribuída ao arquitecto/ canteiro Afonso Pires.
Com estilo Manuelino , possui uma única nave rectangular, paredes de alvenaria e revestimento de azulejos enxaquetados verdes e brancos do séc. XVI. Apresenta duas capelas funerárias quinhentistas laterais, do lado Norte a Capela do Espírito Santo e do lado Sul a Capela de S. Miguel.
No séc. XVI sofreu obras de ampliação sendo construídos o baptistério e a sacristia. Ostenta um Portal Manuelino que foi classificado como Monumento Nacional em 1922. O Portal apresenta uma ornamentação com elementos vegetalistas e escudete com albarrada, símbolo da Consagração à Virgem da Graça.
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Convento da Madre de Deus da Verderena
A construção do Mosteiro da Verderena, o décimo sétimo da Província de Santa Maria da Arrábida, teve o seu início formal a 18 de Dezembro de 1591, dia consagrado pela Igreja Católica à expectação do parto de Nossa Senhora e daí a designação do orago: Nossa Senhora da Madre de Deus. O edifício só ficaria concluído 18 anos depois, em 1609.
A tipologia deste Convento inseria-se perfeitamente no contexto das edificações dos Franciscanos Arrábidos, cujo rigor imposto pelos Estatutos da Província, enunciavam com precisão e minúcia, todas as características arquitetónicas que as mesmas deveriam possuir, que privilegiavam as fórmulas de simplicidade e austeridade, procurando conciliá-las com soluções utilitárias e económicas.
Ao longo dos séculos, o edifício sofreu profundas alterações que lhe modificaram, sensivelmente, a fisionomia.
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Capela Nª Sª Remédios
Igreja dos séculos XVIII a XX. No séc. XVIII a Ermida é integrada na Quinta de S. Vicente, propriedade de D. Joaquim de Pina Manique. Em 1755 é destruída pelo Terramoto. Foi reconstruída e totalmente restaurada no séc. XX, reabrindo ao culto de Nossa Senhora dos Remédios.
Igreja de arquitectura em estilo Vernacular Pombalino com paredes de alvenaria. A decoração do seu interior é simples com estuques relevados. No exterior, frontaria com platibanda e cunhais de pináculos com pendentes em relevo. Destaque para o alpendre em colunata arquitravada, pertencente à construção original do templo.
Localização: Estrada Nacional Nº 10 – 3 Coina
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Portal da Ermida de S. Sebastião
Portal Manuelino que pertencia à antiga Ermida de S. Sebastião, datado do séc. XVI, foi posteriormente integrado na Igreja de S. Francisco no séc. XVIII. A Ermida de S. Sebastião era uma das três ermidas medievais que guardavam as entradas do Barreiro. As outras eram a de Santa Bárbara (demolida pela CUF em 1932) e a actual Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
O terramoto de 1755 destruiu a Ermida quase por completo, conservando-se o Portal Manuelino. Em 1780 a Irmandade de S. Pedro reconstrói este Templo. Após a instalação da Irmandade da Ordem Terceira, passa a designar-se como Igreja de S. Francisco, sendo o Portal integrado na mesma.
Após o arrolamento (inventário) e nacionalização dos bens da Igreja pelo Estado em 1911, a Ermida e terrenos anexos passam para os bens Nacionais e em 1914 são cedidos à Câmara Municipal do Barreiro. Foi incorporado no actual edifício em 1986.
Este portal é feito de cantaria, decorado com motivos vegetalistas, característicos do estilo Manuelino.
Localização: Rua Serpa Pinto – Barreiro
Classificado como Monumento de Interesse Municipal em 26/03/2003.
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